Como sair da crise com planejamento financeiro

Uma das palavras da moda é a resiliência. O termo significa a capacidade de um objeto deformado voltar ao seu molde original. Para exemplificar, imagine uma cama elástica e uma massinha de modelar. Qual é a primeira que retorna ao estado inicial depois de deformada? A cama elástica, certo? Portanto, ela é mais resiliente.

A crise econômica colocou a palavra em pauta para nos ensinar que é preciso sermos resilientes quando enfrentamos um problema grave como o desemprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), por meio da Pnad Contínua, no trimestre encerrado em maio deste ano, 13,8 milhões de pessoas estão sem trabalho. Ou seja, 13,3% da população precisam aprender esse significado. Mas é uma lição difícil.

Não há uma maneira simples de enfrentar esse período, principalmente, para quem tem dívidas. Será um momento de sacrifício. Existem, no entanto, pessoas que conseguem passar pela crise de forma melhor que outras. Tudo depende de como se encara o problema.

O maior desafio: mudar o padrão de vida

Muitos brasileiros se endividaram antes da crise e, agora, se vêem sem emprego e sem saber como vão pagar o credor. Para essas pessoas, o primeiro passo é liberar o caixa com o objetivo de quitar o que devem. É preciso entender que não se pode manter um padrão de vida que não existe mais. Muitos brasileiros estão acostumados a ostentar uma rotina que não cabe no orçamento, o que cria dívidas e um ciclo vicioso, em que não se consegue sair. Perceber que está na hora de viver a realidade pode ser muito duro, mas é necessário, caso o indivíduo queira melhorar de vida no longo prazo.

Depois de compreender a necessidade da mudança, a pessoa deve reunir a família para levantar todos os gastos da casa e descobrir o quanto a pessoa que foi demitida contribuía para o orçamento doméstico. Uma vez avaliado esse total, é preciso verificar o que é essencial para sobreviver, a chamada base zero. Ela deve incluir habitação, alimentação, contas como luz, água e gás. A TV a cabo é fundamental para viver? Não. A internet é? Apenas se um dos moradores precisar trabalhar de casa, pelo computador, ou para procurar emprego. Jantar fora no fim de semana? Esquece.

A parte mais drástica vem, se depois dessa constatação, ainda se considerar a base zero muito alta. É preciso cortar mais. A mudança para bairros baratos ou para apartamentos menores é a medida mais comum. Caso seja locatário, renegociar o aluguel, neste período de crise, também pode ser uma boa pedida. Trocar as crianças

para uma escola mais acessível e até para uma pública também deve ser ponderado.

Hora, então, de renegociar as dívidas. Às vezes, pode ser até necessário pedir um empréstimo com juros mais baixos para quitar o primeiro.

No dia a dia, outra atitude que precisa ser tomada é a redução dos pequenos gastos. O cafezinho depois do almoço, o Uber baratinho naquele dia em que se estava com pressa, a coxinha do lanche. Todos esses valores somados no fim do mês equivalem àquela calça de R$ 200, que, sabiamente, se evitou comprar. Aproveite esse dinheiro economizado para colocar na poupança ou em algum investimento. Volte a guardar, mesmo que pouco.

Por fim, é importante arranjar qualquer trabalho. O famoso bico. Mesmo que ele não seja na área de formação ou ainda não alcance o salário desejado. Qualquer renda é renda para quem está sem nenhuma. Talvez, seja possível até mesmo encontrar algo que traga algum aprendizado pessoal.

Apesar de a crise ser duradoura, a tendência é que ela não seja para sempre. Por isso, é preciso se reajustar o mais cedo possível, com a finalidade de quando o país melhorar, o indivíduo ir junto. Uma vez que se consiga adequar à nova realidade e ao novo padrão de vida, a prosperidade virá com o tempo. E, quem sabe, a crise possa transformar o cidadão em uma pessoa melhor e mais madura. É na adversidade que se cresce.

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